Bem, sabemos que você é o fera do WebDesign.
Fazer um layout de um cartão de visita ou panfleto é fichinha perto de tudo que você criou. Pega seu Photoshop, cria mil efeitos, finaliza a arte e manda pra gráfica. Quando chega o material está tudo errado!!! O que aconteceu com meus degrades, meus sombreados, e todos os efeitos que usei. Por que essas cores horríveis? Onde foi que eles erraram?
Bem. Sinto informar. Foi erro do arte-finalista, ou seja você!
Fazer arte final para gráfica e websites são coisas diferentes. Mas com umas boas dicas você chega lá, pois usar os programas você já sabe.
1. MEDIDAS:
Como WebDesigner você está acostumado a trabalhar em pixels. Uma página A4 equivale a aproximadamente uns 600 px x 850 px e as imagens sempre estão com 72 dpi. Se você pegar este padrão e fazer um layout e olhar na tela vai estar tudo ok. Mas se mandar imprimir vai ser um desastre.
Em artes gráficas a medida é milímetro e a resolução é dpi (dots per inch ou pontos por polegada). O usual é usar 300 dpi ou mais.
A tela você usa por inteiro e pode mostrar ela 1 milhão de vezes que vai estar sempre igual. O papel varia na puxada da máquina, na fibra do papel, e consequentemente quando se juntam 5000 folhas para cortar tudo de uma vez, uma variação de1 mm é mais que compreensível. Você poderia pensar em cortar de 1 em 1… mas estaria disposto a pagar 20x mais pelo tempo dispendido por este corte?
Faça o seguinte:
• Verifique com a gráfica a medida final do material em milímetros.
• Se for o caso configure a página para 300 dpi ou 400 dpi.
• Acrescente1 mm de cada lado nos serviços menores (cartões) e 3 mm de cada lado nos maiores (panfletos).
• O fundo de sua arte deve encostar nessa borda, que chamaremos agora de SANGRADO.
• Crie uma guia a uns5 mmde cada borda. Esta é a área de SEGURANÇA para seus textos e logos. Nunca exceda esta área, sob pena de no corte ter alguns cartões decepados em parte do seu texto.
2. CORES
Você como WebDesigner já está acostumado a chamar as cores como vermelho #FF0000 , amarelo #00FFFF e por assim adiante. Até entende R100B0G0 como vermelho. Em gráfica o padrão é CMYK, ou seja, vermelho C0M100Y100K0 e assim por diante. Isso se deve ao padrão do monitor ser cores RGB (Red Green Blue) formados pela emissão de luz. No papel temos a absorção de luz com o padrão CMY (ciano magenta amarelo) e a cor adicional K (preta) para compensar a falta de qualidade dos pigmentos das tintas.
O importante é que nem todas as cores RGB podem ser impressas com as cores CMYK, daí aparecerem aquelas cores desbotadas quando deixamos o sistema fazer as correções.
É necessário ajustar todas as cores antes da impressão.
Faça o seguinte:
• Quando estiver fazendo uma arte gráfica, ajuste seu programa para cores CMYK.
• Sempre que criar um elemento utilize as cores CMYK.
• Imagens importadas devem ser convertidas para CMYK e se houver distorção na cor, deve-se corrigi-las para aproximar do que se deseja.
• tenha certeza que todas as cores estão em CMYK antes de colocar pra produzir.
3. EFEITOS
Quando se aplica efeitos, passa-se por diversas etapas criando um arquivo monstruoso. Sempre que se abre a imagem o programa repete todos os passos para formar aquele efeito. Na hora que se vai passar a imagem pelo RIP da imagesseter ou platesetter junto de outros designers para montar a nossa chapa de 66×48 cm imagina o poder de processamento necessário. A maioria das vezes ocorre erros neste processamento. Como podemos evitar isto?
Faça o seguinte:
• Localize cada efeito que você criou.
• Quebre estes efeitos se estiver usando um programa vetorial ou converta em uma camada única com fundo transparente se for um programa bitmap.
• Quanto menos imagens e mais simples elementos tivermos, menor a chance de erro.
• No corel, atenção especial para powerclip, fontes com bordas, contornos, ou seja, todos os itens do menu efeitos em geral. Cada um tem um jeito de tirar.
• Converta todas as suas fontes em curvas antes de enviar o material e cheque elas.
4. COMO ENVIAR OS ARQUIVOS
A maioria das gráficas finaliza suas obras em corel draw.
Por isso tente enviar sua arte em corel, numa versão mais antiga (eu uso a 9.0 na finalização).
Caso esteja usando outro programa. Ajuste toda a imagem para o padrão de impressão e converta para JPG 400 dpi CMYK.
Dicas:
Preto chapado: C63M52Y51K100 – mais que isso a tinta solta do papel.
Azul escuro: Use C100M80Y0K0
Azul (arroxeado): C100M100Y0K0
Todas as cores em que a soma das partes passe de 280, vai dar problema na impressão. A maioria das vezes dá pra substituir por uma cor mais simples. Tente verificar e comparar: sempre que tirar 10 de cada CMY colocar 10 de K e a cor vai ficar igualzinha (ou quase).
Tendo dúvida, pergunte ao seu fornceedor. Bons fornecedores sempre ajudam seus clientes.
Muito bom o artigo, sou engenheira química mas tenho paixão por designer gráfico (penso até em fazer outra faculdade) e estou tendo muita dificuldade em entrar neste meio.
Me apaixonei pelo corel desde a versão 5, e agora resolvi assumir e abrir uma empresa de designer gráfico. Seus artigos estão me ajudando a ter uma ideia melhor, e este me ajudou a entender a finalização dos arquivos.
Obrigada.
Eliane,
Realmente esta parte de ajustes para gráfica sempre foi deixada de lado pelos cursos. É necessário ter um pouco de conhecimento do processo gráfico para entender como funciona.
De nossa parte, seja bem vinda ao meio gráfico.
Se você ainda não assistiu, dá uma olhada nas aulas de corel que o Liute está dando… até macaco velho como eu aprende com as aulas dele. O garoto saca bastante dos programas.
Abraços,
design – profissão
designer – profissional
Bem dito Alison,
Isto já foi enfatizado na postagem https://www.cardquali.com/arte-finalista-ou-designer/
Abraços,
[…] um parceiro para as artes e produção e vá em frente. […]
O título correto do post seria “Design gráfico para WebDesigners”, não designer. E para ser Designer é preciso faculdade.
Marcelo,
Você está certo… até já ajeitei.
Também concordo que é preciso ter faculdade… porém, as faculdades de design são recentes.
Você já viu alguém trabalhando com design e arte final com um TK-82 ? Eu já vi. Na época eu era um dos únicos a fazer perfis de sondagem em impressora (matricial). A maioria nem isso tinha.
Tal qual qualquer profissão nova, há uma fase de transição entre a época que no mercado só havia “práticos” passando para uma época só de “formandos”.
As primeiras turmas sempre são formadas por estes “práticos” que aos poucos vão se aposentando e dando espaço para os formados.
Foi noticia destes dias o reconhecimento do “Estado” para a carreira de Designer. Este é o primeiro passo para a “oficialização” da profissão.
Digo de carteira que isto leva perto de uns 20 anos. Sou administrador formado e só agora depois de décadas que se está cogitando de deixar os administradores administrarem as empresas.
O mesmo ocorre na área de contábeis (outra área que estou me formando).
Me considero apenas um arte-finalista mediano, mas como arte-finalista de gráfica vi muito profissional se intitulando designer e deixando furos básicos no fechamento das artes, coisa que me inspirou para este artigo, que é bem superficial… apenas para alertar os profissionais.
Dá uma olhada lá no título e vê que eu já corrigi.
E obrigado por participar dando sua contribuição. Querendo escrever algo para nós estamos a disposição para publicar.
Abraços,
curti man! abçs