Essa semana, um de nossos leitores mostrou-se muito preocupado com problemas com empregados, que limitam o crescimento de sua empresa. Este é um problema muito frequente em empresas que estão em expansão. O que devemos fazer?
O problema
Antes de mais nada vamos entender qual é exatamente o problema.
A algum tempo atrás eu escrevi a postagem Delegar, para crescer, que mostrava as vantagens de passar algumas atividades do proprietário da gráfica, criando tempo para analisar o mercado.
Nosso leitor seguiu a risca o que foi dito na postagem, tendo excelentes resultados na área administrativa.
Mas na produção, no caso dele na área de arte final, está topando com o problema de um funcionário contrário a onda de crescimento por ele implementada. Ele me perguntou o que fazer.
Vocês também podem estar com problemas parecidos.
Determinado funcionário entra numa onda de negatividade, contaminando os demais funcionários e quando se vê, estão todos os funcionários contrários aos processos que podem fazer a diferença para a empresa.
O que devemos fazer neste caso?
Analisando a situação
Esta situação não é tão simples de analisar.
A primeira coisa que devemos fazer é verificar como está o caixa da empresa. É possível aumentar por um curto período de tempo o quadro da empresa?
Caso exista esta possibilidade, podemos pegar funcionários nos cargos mais problemáticos e colocar pessoas para ajudar na tarefa. A ideia é não depender tanto dele quando ele estiver “de ovo virado” e ter opção para que ele possa ser substituído, caso não mude de atitude.
Quando a grana falta, é preciso arregaçar as mangas e assumir o cargo, você mesmo. Quando o proprietário domina todos os processos, pode avaliar o desempenho do empregado e até mesmo assumir as suas funções em casos extremos.
Outra coisa a avaliar é se o funcionário está em época de tirar férias ou não.
Arrumando substitutos
Nem todos os cargos são facilmente substituíveis.
Cargos administrativos podem ser assumidos por atendentes, secretárias, alunos de graduação vindos de cursos como administração ou mesmo profissionais já formados no mercado. Aqui as opções são muitas.
Na área de arte final, há grande variedade no mercado. Desde profissionais mal preparados e também mal pagos, até aqueles que são altamente produtivos e bem pagos.
Nesta área é bom pensar em terceirização, na qual se paga por desempenho ou serviço pronto.
As vezes pode parecer caro o serviço de um freelancer, mas se o seu arte finalista estiver com uma produtividade muito baixa, o custo por arte pode atingir preços muito grandes. Faça as contas (salário+impostos/artes desenvolvidas no mês), este será o seu custo real nas artes.
Na produção há carência de profissionais no mercado. Aqui a solução é constantemente ir desenvolvendo os profissionais que já estão na empresa.
Pode estar faltando impressores offset no mercado, mas na nossa empresa tem sempre um operador de guilhotina de olho numa mudança de função, um ajudante querendo aprender a operar a offset ou a guilhotina. Crie ajudantes para as áreas mais nobres. Promova os funcionários mais esforçados.
Arrumar ajudantes espertos é fácil. Basta dar chance para que eles aprendam o serviço.
Susto no funcionário
Aqui vem o truque que devemos usar.
Se está implantando um projeto de crescimento, deixe isto bem claro para seus funcionários.
Aproveite a ocasião para anunciar que nas áreas mais exigidas da empresa terá ajudantes para melhorar o desempenho nos processos.
Com isso, naturalmente você estará criando substitutos para os cargos.
Sabemos que existirão cargos em que o funcionário “sabotará” o aprendizado do ajudante.
Neste casos teremos que atuar mais rispidamente, trazendo um novo colaborador já com formação e aproveitando para dar as merecidas férias do funcionário “revoltoso”.
Lembre-se que em muitos caso, você mesmo será forçado a ocupar a posição.
Muitas vezes, a possibilidade de perder a posição, servirá de “susto” no colaborador, mudando a atitude dele.
Em casos extremos, você poderá mandar embora o mau funcionário, ou em caso contrário, passar a trabalhar em mais um turno, com dois “bons” funcionários, aumentando a sua produção.
O importante é conseguir o aumento na produtividade.
Terceirização
Já citei a terceirização na área das artes finais como uma provável solução.
Algumas vezes, podemos também terceirizar parte da produção, para ganharmos tempo no preparo de um novo funcionário.
Não devemos avaliar apenas pelo custo imediato.
Muitas vezes um mal desempenho do funcionário, nos faz perder muito do que dinheiro.
Imagine um dos seus melhores clientes deixando de colocar pedidos devido as constantes falhas no serviço ou demora nas execuções? Qual o real valor disso?
Lembre-se… é só por um momento, para ajeitar a casa.
Treinamento
E quando a culpa não é diretamente pelo “humor” do empregado, e sim pela sua falta de conhecimento.
Nossos funcionários estão realmente preparados para as tarefas?
E tarefas novas que vão surgindo. Novos equipamentos. Nosso pessoal está preparado para desenvolver estes serviços.
É aqui que entra a figura do treinamento!
Sempre que possível procure cursos ou traga profissionais externos, para instruir seus funcionários.
Como achar eles? Comece pelos fabricantes dos equipamentos. Eles podem te indicar bons profissionais que adorariam conseguir um “extra” e fazer um treinamento na sua empresa.
Mecânicos também podem ser bons instrutores. Muitas das quebras de máquinas, não passam de máquinas desajustadas pelos próprios funcionários, por mero desconhecimento de como operar o equipamento.
Lembre-se que está chamando especialistas, com muito mais conhecimento do que seus funcionários. O custo deles com certeza será bem maior do que você paga para seu pessoal.
O pior momento
Você arrumou o substituto, trouxe profissionais para treinamento interno ou externo, deu susto nele colocando novos funcionários e o afastando dando as férias, tentou tudo, e o funcionário não mudou de atitude.
É hora do maior susto! Mande embora ele.
Um funcionário descontente pode contaminar todos na empresa.
Este será um grande susto para os outros que também estão com uma atitude negativa e, por incrível que pareça, um alívio para aqueles que estão se esforçando e estão sendo brecados pelos revoltosos.
Você estará dando o recado claro: Eu vou crescer! Me acompanhe quem quiser ou procure outro lugar para trabalhar!
Sei que é uma decisão difícil. Pode estar acontecendo com um funcionário antigo, que começou junto de você. Mas lembre-se que você já tentou de tudo. Se ele não acompanhar, não vai te dar outra opção!
As exceções
Vou criar aqui uma exceção!
Imagine que você tem um profissional que operava sua offset por anos. Trabalhava a mais de 20 anos com você, excelente funcionário, esforçado, fiel, mas limitado por uma educação deficiente.
Você se vê forçado a migrar para impressão digital, com uso intenso de tecnologia.
Você acompanha as mudanças, mas este funcionário é simplesmente incapaz de entender o “tal do computador”.
Nesse caso por mais que se faça treinamento, ele não vai acompanhar a onda.
Como fica a demissão dele?
Minha sugestão neste caso é se focar não na habilidade principal dele e sim nas secundárias.
Mesmo que não exista o cargo de operador de offset na sua empresa, você precisará de pessoas de confiança para o futuro.
Converse bem com este funcionário e desloque ele de função, para algo que ele acompanhe.
De preferência algo que seja associado a cargo de confiança, para que ele não se sinta denegrido.
A conversa deve ser clara e franca, como acontece com amigos.
Quem sabe se assim ele não descobre novas habilidades que te tragam muito retorno e vocês continuem juntos por vários anos ainda?
E você? Está passando por este problema?
Já falei demais por hoje!
Este é um assunto que incomoda muitas pessoas.
Daí eu pergunto: Você está passando por algo parecido?
Que tal usar nossos comentários como base para resolvermos este problema?
Aguardo aqui seus comentários!
Espero que tenham gostado deste post.
Lembrando aqui para os fãs do Liute, ele está precisando de uma ajuda para o açaí dele, entra no site do clube do design e dá uma ajudinha para ele.
Um abraço a todos!